Num mundo de networkers, sê um connector

Num mundo de networkers, sê um connector

Há algum tempo que o networking está na moda. Na sua gênese, trata-se do estabelecimento de uma rede de contatos vasta, que permita tirar proveito a nível de negócios e emprego. Segundo o Dicionário Collins, é o “processo de conhecer pessoas novas que podem ser úteis para o trabalho através de atividades sociais”.

A ideia em si é ainda relevante para a forma como fazemos negócio. Porém, no meio do fascínio tornamo-nos autênticos robôs do networking: que chegam a um evento, miram todos os presentes com os olhos laser para escolher a primeira presa, e depois atacam.

Os networkers participam em eventos à procura da sua próxima “presa”, do seu próximo parceiro de negócio, de alguém que os possa ajudar no seu projeto mais recente. Focam-se no número de conexões que fazem, no número de cartões de visita que entregam e recebem. Caso uma conversa esteja a demorar demasiado ou sintam que estão a perder tempo precioso de networking, os robôs networkers deixam até transparecer a sua impaciência, desviando o olhar na procura da próxima presa.

É necessária uma abordagem mais humana, que Mike MacCombie denomina connecting. Os connectors vão além da partilha de cartões de visita ou dos pedidos de conexão no LinkedIn. Procuram realmente estabelecer uma ligação com as pessoas com que contatam, evitando conversa de circunstância, e sempre com o objetivo de perceber o que têm em comum e como podem ajudar a pessoa que está à sua frente.

Os connectors olham nos olhos enquanto conversam e têm cuidado para não dominar a conversa, visto que o seu interesse é conhecer e alavancar interesses comuns. Com a sua abordagem mais humana, os connectors vão para casa com um menor número de conhecidos, mas satisfeitos com a profundidade das novas ligações.

No fim do dia, os networkers preocupam-se com o balanço do seu saldo social, e os connectors com a autenticidade das suas ligações.

Na realidade, não há certos ou errados, cada estratégia tem os seus pontos fortes e fracos e deve ser adotada conforme a situação. Porém, num mundo cada vez mais insensível, é urgente sermos mais humanos, também como forma de diferenciação da multidão.