Trabalho remoto: dos estigmas às estratégias a adotar

Trabalho remoto: dos estigmas às estratégias a adotar

 

O trabalho remoto está na ordem do dia, por ser uma política recente e cada vez mais recorrente de várias empresas, estando ainda muito associado ao contexto das startups. A sociedade em geral questiona a produtividade do colaborador e também os efeitos no trabalho em equipa. Infelizmente, ainda existem alguns estigmas, como a associação imediata a trabalhar de pijama na cama. O primeiro passo é reconhecê-los, e depois perceber que estratégia podemos adotar.

Os 3 maiores estigmas do trabalho remoto:

  1. Trabalhar a partir de casa é sinónimo de preguiça: algumas pessoas ainda consideram que é necessário estar sentado no escritório, das 9 às 6, para mostrar produtividade. Mas, na realidade, não é pelo facto de a pessoa estar sentada à secretária que é produtiva. O trabalho remoto retira o tempo da viagem até ao escritório (e o stress associado à mesma) e aumenta a flexibilidade, o que tem uma influência positiva não só na produtividade do colaborador, mas também na sua motivação.
  2. O trabalhador remoto deve provar que trabalha: um estigma que parte da premissa que o colaborador remoto tem de demonstrar que trabalha, não só na medida do necessário, mas ainda mais. Tem de estar sempre disponível no chat ou atender o telefone ao primeiro toque. Este tipo de expetativas não permite que o colaborador se foque nas suas tarefas e aumenta o nível de stress e ansiedade.
  3. O trabalhador remoto está disponível 24/7: é fácil assumir que se alguém trabalha remotamente está disponível para responder a perguntas sobre o trabalho a qualquer hora, mas isso não poderia estar mais longe da verdade. É importante que estes colaboradores definam e comuniquem um horário de atividade, tal como teriam se trabalhassem no escritório, no qual estão disponíveis para responder a emails ou chamadas.

De que modo os gestores e líderes podem ajudar?  

  1. Clarificar os objetivos do colaborador, as suas responsabilidades e também os prazos de entrega. Além disso, incentivar que enviem updates frequentes, que comuniquem dúvidas ou percalços atempadamente. As ferramentas de chat e reuniões semanais também são boas estratégias para manter o contacto constante.
  2. O vídeo é o melhor amigo da equipa: as ferramentas de vídeo são essenciais para criar relações entre os membros da equipa e também entre colaboradores e chefia. Num minuto de interação cara-a-cara ocorrem cerca de 10.000 impressões não-verbais, que são cruciais para compreender a informação que está a ser transmitida.

Que estratégias os trabalhadores remotos podem adotar para ser mais produtivos?

  1. Definir e comunicar o horário de disponibilidade: esclarecer os momentos em que se está disponível para responder a chamadas ou a emails, as horas reservadas para as refeições. Esta estratégia contribui também para a gestão das expectativas da restante equipa.
  2. Criar uma rotina: trabalhar remotamente significa ganhar mais tempo, visto que não é necessário fazer deslocações ao escritório, e também ganhar flexibilidade. E este tempo deve ser usado com eficiência, por isso é importante estruturar o dia. Criar uma rotina faz com que seja mais organizado e produtivo. Nesta rotina, devem estar incluídas as pausas necessárias e também a definição dos locais de trabalho, de forma a existir uma distinção clara entre o seu espaço de lazer e familiar, e o espaço de trabalho.
  3. Fazer updates regularmente: seja nas reuniões agendadas com o líder, por email ou mensagem, é importante manter os restantes membros da equipa a par das atualizações das suas tarefas – especialmente aquelas que têm implicações nos restantes membros. A comunicação é crucial no trabalho remoto e contribui para um melhor entendimento.

O trabalho remoto tem várias vantagens para os colaboradores, e é um elemento com influência positiva na motivação, por isso não deve ser ignorado. Devemos trabalhar continuamente para vencer os estigmas associados e para que os colaboradores remotos tenham o mesmo tratamento e reconhecimento do que os restantes.